Vamos falar sobre clínica?
Uma das questões que mais aparecem na prática psicanalítica – principalmente naqueles que estão iniciando o percurso, é a preocupação em querer dar respostas precisas ao analisando.
Muitos psicanalistas ainda se colocam na postura daquele que deve ser o detentor da verdade e, na figura de um “oráculo” -interpretar e apontar caminhos que possibilitem “resultados”.
Conforme destaca Fink (2010), toda interpretação que forneça significado simples e facilmente compreensivo, não é de fato uma interpretação. É muito mais uma sugestão.
E, bem sabemos, a psicanálise não trabalha com sugestão ou qualquer forma de aconselhamento. Atitudes assim só reforçam a dependência e uma posição infantilizada.
Nosso papel na clínica, através da interpretação, pontuação e questionamento, é provocar, desestabilizar e mover da “zona de conforto”.
Para isso podemos – e devemos- ser incisivos e provocativos, principalmente naqueles momentos no qual o analisando está muito próximo de determinado conteúdo, e ainda resiste, sem conseguir expressá-lo.
Fabricio Tavares- Psicanalista
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