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O Silêncio na análise
O silêncio é de fundamental importância numa análise. Ele comunica- e muito!
Podemos entendê-lo como um instante de encontro – das defesas com o conteúdo revelado.
É a “fissura”, a ruptura, a lacuna e o inseguro. Não sabemos o que ele revelará, porém, se for permitido, trará o novo. Talvez tudo aquilo que até então o analisando evitou, negou e até desconhecia. O silêncio nos conduz ao “insight” e, inevitavelmente, ao “choque”.
A tendência é o analisando querer preenchê-lo rapidamente, para afastar o conteúdo conscientizado. E perceba que neste momento as palavras apresentam-se como “defesas” de si mesmo.
Precisamos respeitar o silêncio. Aceitá-lo. Quanto maior o espaçamento, maior é a profundidade da imersão. As palavras e o discurso são fundamentais na análise, porém, àquelas que verdadeiramente nos interessam, nascem após as pausas.
Tenha a certeza, o silêncio é revelador!
E outro ponto importante: o psicanalista necessita, OBRIGATORIAMENTE, saber lidar com o seu próprio silêncio. Caso contrário, corre o risco de interferir naquilo que é mais precioso numa análise- a descoberta de si mesmo! A tendência do psicanalista em preencher o momento com palavras revela a falta de capacidade, ainda, para lidar com os seus próprios conteúdos. Quanto mais o psicanalista souber acolher o seu próprio silêncio – e compreender seu verdadeiro sentido- mais estará preparado para oferecer esta mesma experiência ao analisando.
Fabricio Tavares – Psicanalista
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