Ser Analista

Por Adriele Neres
É estar na beira de um rio esperando a canoa e o canoeiro passar. Quando ele parar no ponto de embarque, o passageiro entra naquela pequena canoa para seguir viagem. Ambos não sabem ainda qual o destino da pequena embarcação.
Passageiro e canoeiro começam a conversar sobre a vida. O canoeiro continua a remar e a falar sobre si, o passageiro continua a observar cada palavra sendo expressa.
Continuam seguindo rio afora. As águas que no começo aparentemente pareciam calmas começaram a se agitar. O canoeiro com seu remo começa a usar toda a força que seus braços têm para que a pequena embarcação continue seu curso.
No percorrer do trajeto o passageiro começa a ter um leve entendimento do que se passa com o canoeiro. Na medida em que o canoeiro vai falando cada vez mais de si, o passageiro começa a adentrar mais em sua história percebendo suas dores, medos, fantasias, decepções, fobias…. Ou seja, tudo que lhe causou e causa trauma.
Chega um momento em que a canoa se transforma em um pequeno barco, onde várias pessoas passam a fazer parte daquela embarcação.
A viagem continua pelo rio que se mostra um pouco maior agora, com águas mais violentas, fazendo com que a embarcação necessite de um motor, pois, os braços do barqueiro já não conseguem mais remar.
A jornada contínua. Da embarcação, passageiros descem e outros sobem, criando na visão do primeiro passageiro uma grande peça de teatro, cujo principal ator é o barqueiro. Em determinado ponto, a embarcação se transformou em um grande navio, pois, o pequeno barco atingiu alto mar.
O passageiro percebendo que o capitão se depara com vagalhões, começa a questioná-lo qual rota marítima seria melhor para saírem da situação em que se encontram.
No começo o capitão se perde. Com o passar do tempo o capitão começa a entender o porquê aquilo aconteceu. O tempo vai passando em alto mar. Em determinado momento os primeiros vagalhões passam, e o capitão começa a perceber que, na procura de uma nova rota, encontrou uma nova direção para seu navio.
Assim segue aquele navio e seu capitão em alto mar, enfrentando vagalhões e encontrando as soluções que somente ele como capitão do navio pode encontrar.
Toda vez que o primeiro passageiro sobe na embarcação, ele segura firme no mastro do navio, para enfrentar os vagalhões com o capitão.
Esse passageiro é uma pessoa que busca fazer perguntas e provocações no momento adequado. No intuito de fazer com que os protagonistas da grande embarcação chamada vida, encontrem o melhor caminho para se aproximarem do seu eu verdadeiro.
Canoa, barco e navio= Associação livre
Passageiro= Analista
Canoeiro, barqueiro e capitão= Analisando
Rio e mar= Inconsciente
Passageiros= São os momentos, pessoas, fantasias…. Tudo que levou o analisando até a análise.
Águas fortes= Caminho do autoconhecimento.

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Que orgulho dessa menina! Parabéns pelo texto e analogia. Adorei!
Incrível, e representação poética da psicanálise, retrato metafórico da realidade. Parabéns.
Excelente texto. Parabéns.
Arrasou👏👏👏 Analogia maravilhosa Parabéns 💕
Excelente parabéns!!!
Uma história no qual vc realizou ema excelente leitura de análise.
Adorei a visão poética externada nessa representação, parabéns Adriele